sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Cap. 193

Bruno: _É que tô apaixonado por você tem um tempo e queria me aproximar, mas não sabia como!
Viviana: _Olha rapaz, eu sou casada! (Mostrei a aliança pra ele) Ele luta MMA e não vai gostar de ver você me cortejando.
Bruno: _Ah é?... E se eu fizer isso!

Bruno me beijou com desejo, ardente. Quando comecei a ficar sem folego espalmei as mãos em seu peito o afastando gentilmente. Sorri para ele nos abraçamos, apoiei minha cabeça em seu peito enquanto ele alisava minhas costas. A chuva fraca e os raios solares tornaram aquele momento mais romântico. Fiquei sentindo o calor que o corpo de Bruno me transmitia, não sabia o porquê, mas precisava daquilo. Ele me transmitia paz, ouvia sua respiração calma enquanto ele beijava o topo de minha cabeça. Após alguns minutos juntos senti meu filho chutar minha barriga, sorri e comentei com Bruno.

Viviana: _Amor, olha só... O Noah tá chutando. Acho que ele já te ama. (Sorri docemente)
Bruno: _E eu também amo esse pequeno milagre.

Voltei a posição anterior tremendo de frio. Bruno logo percebeu e me chamou para entrar.

Bruno: _Vamos entrar que você tá tremendo de frio.
Viviana: _Vamos.

Bruno saiu da piscina me estendendo a mão para que eu saísse também. Entramos em casa rapidamente indo direto para o quarto. Tomamos banho juntos e ficamos no quarto vendo televisão junto com nossos filhos.
A noite dormimos todos juntos, inclusive meus filhos. Zoeh e Ryan dormiram entre Bruno e eu, enquanto os três dormiam, eu os observava. Pensava nas noites que eu havia perdido essa cena, todos dormiam tão tranquilamente uns abraçando o outro. Estiquei meu braço por cima deles relaxando meu corpo em seguida, deixando que minhas pálpebras pesassem, assim adormeci.
Durante a madrugada acordei esfomeada, me desvencilhei dos braços de Ryan e Bruno me levantando em seguida. Vesti um roupão e fui até a cozinha preparar um lanche. Peguei algumas frutas, as lavei e cortei colocando em uma tigela com mel e aveia. Me sentei próximo a janela observando o luar. Enquanto comia vi Bruno se aproximar com cara de sono, deu um beijo em minha testa e se sentou ao meu lado.

Bruno: _Quem tá com fome? Você ou o Noah?
Viviana: _Os dois. (Sorri)
Bruno: _Me dá um pouco.
Viviana: _Pega uma colher e vem comer comigo.

Bruno foi até o armário e votou a se sentar ao meu lado. Terminamos de comer, levei a tigela e as colheres até a pia e voltei ao lado de Bruno e ficamos conversando.

Viviana: _Caramba!
Bruno: _O que?
Viviana: _Já passou de meia noite, o que significa que já é seu aniversário. Parabéns amor! (Abracei seu pescoço)
Bruno: _Obrigado! (Selou nossos lábios) O que acha de nós irmos admirar o nascer do sol na varanda lá de cima?
Viviana: _Adorei a ideia.

Fomos para a varanda e nos sentamos na rede, Bruno me abraçava gostosamente e eu aproveitava o calor de seus braços. Quando os primeiros raios solares nasceram senti uma forte dor que foi diminuindo e se anulando.
Voltamos ao quarto e nos colocamos ao lado de nossos filhos. Ficamos nos encarando por alguns segundos, era como se nossos olhares penetrassem no fundo de nossa alma desvendando nossos pensamentos.
Acordamos cedo e fomos levar nossos filhos para a escola. Ao voltarmos fui direto para o quarto de Noah terminar de colocar os últimos detalhes. Ao entrar lá vi tudo como eu havia imaginado, provavelmente Regina devia ter feito tudo ali. Fiquei observando cada mínimo detalhe imaginando quando meu filho estivesse ali no berço. Sorri involuntariamente, notei que não havia nenhuma foto ali no quarto que estava fazendo antes do acidente.
Fui até meu quarto e peguei uma foto que Bruno havia tirado e a coloquei próxima ao berço. Enquanto mudava algumas coisas lá senti uma fisgada na parte de baixo da barriga. A dor foi aumentando gradativamente. Assim que as dores se tornaram agudas comuniquei a Bruno.

Viviana: _Bruno, me ajuda! (Gritei)
Bruno: _Que foi? (Disse entrando no quarto)
Viviana: _Noah... Vai nascer. (Disse de forma calma)
Bruno: _E você tá com essa calma toda? (Falou desconfiada) Se você verdade você estaria desesperada!
Viviana: _Bruno Finato Scornavacca... Seu filho vai nascer! (Falei de forma rígida)
Bruno: _Senta aqui que vou pegar.

Me sentei na poltrona de amamentação esperando Bruno. Tentava manter minha respiração normal, porém as dores me faziam gritar. Os poucos minutos que fiquei sozinha enquanto esperava para ir até a maternidade pareceram eternidade.
Ao chegar a maternidade logo fui encaminhada até a enfermaria, pois eu não tinha dilatação suficiente para o parto. Tive que esperar até meu o momento exato do parto e seguir até a sala de parto. Bruno foi junto comigo.
Foi um trabalho de parto longo. As dores foram mais fortes do que dos partos anteriores, por vezes achei que nunca mais sentiria outra dor tão forte. Senti uma contração fortíssima, a mais forte que já havia sentido, logo depois meu corpo relaxou, quase desmaiei e então logo depois ouvi um choro. Olhei para frente e vi meu filho, Bruno cortou seu cordão umbilical e o colocou sobre meu peito.

Bruno: _Olha como ele é lindo! (Disse visivelmente emocionado)
Viviana: _Noah... Bem vindo ao mundo. (Disse chorando) A mamãe te ama!

Dei um beijo na testa de meu filho e a enfermeira o levou para dar banho nele. Observei Noah tomar seu primeiro banho que foi dado pelo pai, não contive, e não tentei controlar, as lágrimas que rolavam por meu rosto devido a felicidade em ver o rostinho de meu filho.
Fui conduzida ao meu quarto, ao chegar lá vi várias flores e presentes que nos foram enviados. Sorri involuntariamente adormecendo. Acordei minutos depois para dar a primeira mamada de meu filho. Quando recebi o pequeno embrulho vermelho sorri abobada, como ele podia me trazer tantos sentimentos. Um ser tão pequeno me trazia paz, me fazia amar, me alegrar, me emocionar e acima de tudo meu instinto pedia para proteger aquela criança que aos meus olhos parecia frágil. Mergulhei em um mundo de pensamentos onde só existiam o Noah e eu. Olhei todos seus detalhes, desenhei os traços delicados e pequenos de suas mãos enquanto ele me olhava, era como se um estivesse fazendo reconhecimento do outro. Bruno me acordou de meus pensamentos entrando no quarto com nossos filhos mais velhos. Os olhos de Ryan eram curiosos e os de Zoeh amorosos, me sentei entre eles para que eles pudessem observar melhor o irmão.

Ryan: _Noah, quando você for maior vou te ensinar a jogar futebol!
Zoeh: _Não... Ele vai brincar com os cachorros lá da casa da vovó!
Viviana: _Ele vai fazer o que quiser. Mas agora o deixem dormir.

Ryan deu um beijo no rosto de Noah e Zoeh passou a mão pelo rosto do irmão.
Dois dias após o nascimento de meu filho recebemos alta do hospital, Bruno estava lá com nossos filhos para nos levar para casa. Assim que aparecemos na entrada da maternidade milhares de jornalistas pediram para tirar nossas fotos. Sorrimos e tiramos algumas fotos e fomos para casa. Durante o trajeto conversamos sobre nossos filhos, Bruno me dizia que nossos familiares disseram que iriam nos visitar ao longo da semana. Acabei adormecendo durante o trajeto, a brisa refrescante batia em meu rosto me relaxando.
Acordei minutos depois com Bruno me chamando, peguei Noah no colo e entramos em casa com nossos filhos nos abraçando. Ao abrir a porta me deparei com uma festa de boas-vindas para meu filho. Sorri olhando cada detalhe, cada pessoa. Além dos meus familiares e amigos que via sempre também estavam ali Yasmin com os filhos e Mateus, Luan com a namorada, e Renan com Bianca. Meu sorriso se alargava a cada coisa que eu via. Cumprimentei todas as pessoas que ficaram paparicando meus filhos.
Após muito conversar com as pessoas ali, subi para amamentar Noah, me sentei na cadeira de amamentação do quarto dele, onde Ryan e Zoeh dormiam, e logo depois Bruno entrou no quarto. Terminei de amamentar Noah, o coloquei no berço e abracei Bruno. Observamos nossos filhos dormindo abraçados, ambos mantinhas sorrisos bobos no rosto.

Bruno: _Agora sim nossa família tá completa.
Viviana: _Está sim. Tenho mais do que sonhei... Amo vocês.
Bruno: _Nós nos amamos!
Viviana: _Muito!

Nos beijamos docemente e voltamos a observar o sono tranquilo de nossos filhos. Naquele momento me senti plenamente feliz, tinha tudo que nunca sonhei e nunca achei merecer, mas sabia que aquela era minha missão. Meu dever na Terra era entrar na vida do Bruno, me tornar sua mulher, amante, namorada, companheira. E ser mãe de seus filhos. Meu dever na Terra era construir uma família ao lado dele.

Viviana Esteves Rezende Scornavacca

Fim!

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Cap. 192

_Bruno!

(POV Viviana)
Acordei lembrando de tudo desde o acidente de carro. Eu havia dormido ao volante e bati em um caminhão. Parecia um pesadelo. Na mesma hora coloquei a mão em meu ventre preocupada com meu filho, constatei que ele ainda estava ali. Naquele momento soube que ele era o meu milagre.
Não tinha ideia de quanto tempo estava ali, mas me lembrava de muita coisa. Dos choros de Bruno das cartas que ele leu, das visitas, em especial a dos meus filhos. Suspirei alto e resolvi abrir os olhos e observei tudo à minha volta, sorri ao ver os pássaros de origami ao lado da minha cama. Ao ver Bruno dormindo o chamei, mas minha voz falhou. O chamei novamente e a voz sou como um sussurro.

Viviana: _Bruno!

Ele abriu os olhos lentamente e ficou procurando quem o chamava. Quando seus olhos pousaram em mim um lindo sorriso se abriu em seus lábios e seus olhos marejaram. Logo ele estava ao meu lado me abraçado cuidadosamente.

Bruno: _Você não imagina como estou feliz.
Viviana: _Imagino sim... Obrigada por tudo!

Sorri sinceramente e nos beijamos. O beijo tinha urgência, nossas bocas se encaixavam perfeitamente, nossas línguas dançavam sensualmente. Nos separamos e ficamos conversando.

Viviana: _Amor, já sei o nome do nosso filho.
Bruno: _Qual? (Perguntou curiosamente)
Viviana: _Noah!
Bruno: _E por que esse nome?
Viviana: _Noah é Noé em algum idioma que não lembro qual. E esse bebê é meu milagre, e a história de Noé foi um milagre.
Bruno: _É nosso guerreiro. Nossos filhos passaram por muitas coisas, mesmo antes de nascer, e tá se repetindo com o Noah.
Viviana: _Noah... (Repetindo ouvindo a sonoridade)
Bruno: _Vou chamar a enfermeira e já volto.

Bruno saiu do quarto e eu fiquei olhando tudo a minha volta. Tentei me levantar para ir ao banheiro e só então notei a sonda em minha veia. Suspirei pesadamente e esperei que Bruno chegasse com a enfermeira, o que não demorou a acontecer.
A enfermeira me cumprimentou por eu ter acordado e falou da dedicação de Bruno que todos os dias ia me visitar. Sorri ao constatar que Bruno realmente me amava. Horas depois de eu ter acordado minha família toda estava lá, ao ver meus filhos me emocionei, chorei ao abraça-los.

Viviana: _A mamãe tava com saudade de vocês. Eu amo vocês.
Ryan: _Eu te amo!
Zoeh: _Senti sua falta.
Viviana: _Bruno, daqui a dois dias é seu aniversário. Precisamos comemorar...
Regina: _Você mal acordou de um coma e tá pensando em festa?
Leandro: _Você precisa descansar...
Miguel: _Além de tudo você está grávida. Tá quase ganhando o bebê...
Viviana: _Noah, o nome dele é Noah.
Franco: _Você que escolheu esse nome né?
Viviana: _Foi.
Luciana: _Engraçado que dos três filhos foi você que escolheu.
Patrícia: _Mas ele aceitou, tanto é que nunca se pronunciou contra os nomes que ela escolheu.
Bruno: _Eu só ajudei a fazer, mas quem carregou as crianças por meses na barriga foi ela. Nada mais justo que ela escolher.
Viviana: _Me casei com o cara certo.

Beijei os lábios de Bruno brevemente.
Na manhã seguinte voltei pra casa. Me senti feliz ao colocar os pés em casa, Camila ao me ver abriu um enorme sorriso e disse que eu devia descansar, falou para que eu fosse para meu quarto e logo ela levaria um lanche para mim. Minutos depois ela foi até lá com um verdadeiro banquete, Ryan, Zoeh e Bruno a acompanharam. Eles colocaram as tudo na mesa do quarto e nós fomos lanchar.
A tarde me sentei na área da piscina, queria aproveitar o sol, mas do que o sol, queria sentir a natureza. Estava com a parte de cima do biquíni, aproveitei para me bronzear. Fiquei pensando em várias coisas, em como eu havia mudado, no acidente e cheguei à conclusão que minha vida era melhor do que eu imaginava que um dia seria. Casada com o homem que sempre amei, com dois filhos inteligentes e com mais um a caminho, o amor em nossa família era recíproco.
Relaxei meu corpo sobre o gramado, me estiquei a fim de absorver os raios solares, porém senti algumas gotas ralas me molharem. Tirei o braço do rosto, que tapava parcialmente minha visão, e constatei que mesmo com a chuva fina o sol se mantinha firme. Sorri lembrando das vezes que eu ficava admirando o “casamento de espanhol”, chuva e sol, quando eu era criança. Desfrutei os raios de sol junto com as gotas de chuva. Tirei meu short e entrei na piscina.
Senti mãos firmes abraçarem minha cintura, ao olhar pra trás encontrei o olhar de Bruno que sorria para mim. O beijei calmamente e ficamos conversando.

Bruno: _Tava te observando lá de dentro.
Viviana: _Me espionando? (Fingi indignação)

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domingo, 1 de setembro de 2013

Cap. 191

Minha filha saiu do quarto e eu suspirei pesadamente. Havia esquecido que a mídia não deixava que fossemos pessoas normais, não sabia como contar aos meus filhos e eles fizeram esse favor pra mim. Arrumei meus filhos e segui para o hospital, Camila foi junto para me ajudar com meus filhos.
Ao chegar ao hospital fomos direto para o quarto onde Vivi estava. Camila não entrou conosco, ficou na porta para me dar liberdade para contar o que havia acontecido aos meus filhos. Os olhos de Zoeh pousaram pesadamente sobre o corpo imóvel da mãe, Ryan apertou minha mãe demonstrando seu receio. Respirei fundo e fiquei conversando com eles.

Bruno: _A mãe de vocês tá dodói, e por isso tá dormindo aqui.
Ryan: _Ela não vai acordar?
Bruno: _Vai, só não sei quando.
Zoeh: _Tô sentindo falta dela.
Bruno: _Fala pra ela. Ela não vai te responder, mas ela tá escutando tudo que a gente tá falando.

Zoeh segurou a mão de Ryan e foram andando até o lado de Vivi, ficaram a olhando por um longo tempo, seus olhares eram entristecidos, senti vontade de chorar ao vê-os tão abalados. Zoeh ficou falando baixinho coisas no ouvido da mãe enquanto seu irmão a abraçava.

Zoeh: _Mamãe, acorda logo. A gente tá sentindo sua falta... (Se debruçou sobre a barriga da mãe) Eu te amo, também te amo irmãozinho.
Ryan: _Mamãe eu amo você!

Zoeh começou a chorar ainda debruçada sobre a mãe, Ryan a abraçava segurando suas lágrimas. Me aproximei dos dois e os afastei do leito. Me abaixei os abraçando até que o choro deles acabasse ou acalmasse. Perguntei se eles queriam ir pra casa e eles afirmara. Quando saímos do quarto vimos Camila encostada no batente da porta, a chamei.

Bruno: _Camila!
Camila: _Oi. Como foi lá?
Bruno: _Eles ficaram meio abalados. Vou levar eles pra casa.
Camila: _Vou ver a Vivi um pouco e depois vou também.
Bruno: _Tá bem!

Me despedi de Camila e segui para a casa do meus pais, queria distrair meus filhos e sabia que lá era o lugar certo. Não precisávamos de mais duas pessoas a beira da depressão em casa, já bastava eu.
Durante o trajeto meus filhos pouco falaram, Zoeh acariciava sua boneca enquanto mantinha o olhar perdido em direção a janela, Ryan dormia com o dedo na boca o que me fez lembrar das vezes em que pegava Vivi fazendo a mesma coisa.
Assim que chegamos à casa da minha família meus filhos se distraíram, me aproveitei disso pra dormir um pouco. Desde que Vivi se acidentou, eu passei a dormir mal, passava tanto tempo no hospital que lá estava virando uma espécie de segunda casa pra mim. Fui acordado quando estava anoitecendo por minha mãe que carregava uma bandeja com lanches para mim.

Regina: _Acorda Biju!
Bruno: _Não quero!
Regina: _Se levanta filho. Você tem que ir pro hospital...
Bruno: _Eu sei, por isso não queria acordar. É triste ver minha mulher em coma.

Era a primeira vez que eu dizia que ela tava em coma com todas as letras. Eu sempre dizia, que ela estava dormindo e dizer aquelas palavras soou de forma pesada.

Regina: _Eu sei que é triste, mas você mesmo disse que quer passar as noites ao lado dela.
Bruno: _Eu quero e vou.
Regina: _Muito bem. Mas coma antes de sair de casa.
Bruno: _Não vem dizer de novo que tô muito magro.
Regina: _Mas você tá mesmo!
Bruno: _Não emagreci tanto assim.
Regina: _Emagreceu sim. Não como nada.
Bruno: _Vou comer. Ah... As crianças podem ficar aqui?
Regina: _Claro.
Bruno: _Obrigado.

Minha mãe sorriu e me deu um beijo na testa e se retirou. Comi um pouco e tomei banho. Ao me olhar no espelho constatei que realmente estava magro, e acabado. Meu rosto estava notavelmente mais fino, com olheiras, barba por fazer, em nada eu parecia o Bruno de antes. Respirei fundo e fui para o hospital.
Ao chegar no hospital notei tudo muito calmo, o que era normal naquele horário, passava das 20h. Entrei no quarto de Vivi e a enfermeira estava aplicando o medicamento dela, a cumprimentei e logo ela saiu. Me aproximei de Vivi e segurei sua mão delicadamente, conversei um pouco com ela.

Bruno: _Oi Môzi. Tô com saudade de você. Gostou da visita de nossos filhos? (Respirei fundo) Acorda amor, você já dormiu demais. Tô com saudade dos seus beijos, das nossas brigas, de tudo... (Suspiro) Volta pra mim!

Beijei levemente os lábios de Vivi e me sentei no sofá do quarto e adormeci minutos depois.
Acordei com os raios de sol entrando pela janela, fui até lá fechar as persianas e voltei ao sofá. Cochilei por alguns minutos até a enfermeira entrar para a primeira dose de remédios do dia que Vivi estava tomando.
Quando cheguei em casa fui direto para meu quarto. Resolvi mexer no computador pra me distrair e vi minha sogra entrar no quarto.

Luma: _Bruno. Eu preciso voltar pra casa. (Disse triste)
Bruno: _Eu sei que queria ficar aqui, mas eu vou cuidar da Vivi.
Luma: _Não duvido. Você tem provado o quanto a ama.
Bruno: _Eu não sabia que podia amar alguém tanto assim.
Luma: _Queria poder ficar aqui até minha filha acordar, mas preciso voltar, tenho trabalho!
Bruno: _Vai, sua vida não pode parar, e eu tô aqui com ela.
Luma: _Isso me conforta. Volto pro Rio hoje à noite.
Bruno: _Não vou te levar no aeroporto porque vou passar a noite no hospital.
Luma: _Tá bem. Vou arrumar minhas coisas.

Minha sogra deu um beijo em meu rosto e foi arrumar suas malas. E eu fui dormir.
A noite me despedi de minha sogra e voltei para o hospital, dessa vez Leandro foi comigo à pedido de minha mãe que não queria me deixar só a noite toda. Ficamos conversando calmamente enquanto observávamos a serenidade que o rosto de Vivi transmitia.

Leandro: _Cara, você emagreceu tanto quanto a Vivi.
Bruno: _Eu sei.
Leandro: _Não vou poder passar a noite toda com você. Queria ficar aqui com minha cunhadinha. (Sorriu fraco)
Bruno: _Tudo bem. Eu realmente não ligo em ficar sozinho aqui. Aproveito pra pensar, pra tomar decisões.
Leandro: _Tem sido difícil né?
Bruno: _Mais do que qualquer um pode imaginar.

Fiquei conversando com meu irmão até o momento que ele precisou ir embora.
Me sentei ao lado de Vivi e fiquei acariciando seu rosto. Senti lágrimas escorrerem de meus olhos, as enxuguei rapidamente com medo de que Vivi visse, então me dei conta que ela estava em coma. Suspirei alto e dei um selinho em seus lábios. Me acomodei no sofá, minutos depois estava dormindo.
Acordei horas depois ouvindo alguém me chamar baixinho. Abri os olhos lentamente e sorri quando encontrei quem me chamava.

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sábado, 31 de agosto de 2013

Cap. 190

Bruno: _Eu não tava junto com ela. (Falei pesadamente) Havia ido ao estúdio e ela estava sozinha com a Camila que disse que ela saiu, provavelmente, enquanto ela dormia porque tava passando mal.
Luciana: _A Camila não teve culpa. Como tá todo mundo?
Bruno: _A Zoeh e o Ryan não sabem o que aconteceu, não soube como contar.
Miguel: _Acho melhor. O que disse pra eles?
Bruno: _Que a Vivi viajou e vai ficar dias fora.
Luciana: _É melhor eles saberem depois. Qualquer coisa conte conosco.
Bruno: _Obrigado. (Olhei o relógio) Vou lá no hospital ver a Vivi. Qualquer novidade aviso.
Miguel: _Vamos esperar.
Bruno: _Tá bem.

Me despedi de meu sogro e sua esposa, seguindo para o hospital logo em seguida. Ao chegar no hospital vi fãs na entrada, parei pra conversar com alguns tentando descobrir como eles ficaram sabendo do acidente de Vivi. Alguns fãs me desejavam sorte, outros diziam estar orando e alguns me entregavam cartas e presentes. Fiquei grato a toda demonstração de carinho que recebi ali.
Separei algumas cartas dos fãs e resolvi ler pra Vivi. Entrei no quarto, dei um beijo no rosto dela notando a palidez de sua pele. Respirei fundo antes de ler a carta.

Bruno: _Vivi, hoje quando cheguei aqui vi umas fãs do KLB lá em baixo esperando pra saberem notícias suas. Algumas delas escreveram cartas pra você. Vou ler tá?!

Desdobrei um dos papeis que me foram entregues e comecei a ler as escrituras que haviam nele.

Bruno: _”Meu nome é Luna, tenho 18 anos. Antes, assim que te conheci e soube que você era namorada do Bruno eu tinha ciúme e por isso te odiava, ou achava te odiar, porém com o passar do tempo percebi que você é a mulher que ele ama, é quem faz isso feliz e eu não posso odiar alguém que faz bem à quem amo. E me sinto uma tola por ter te odiado um dia.
Algum tempo atrás fui a um show do KLB e falei com você lá, na época a Zoeh tinha um ano e você estava grávida do Ryan. Você foi um amor comigo. Me desculpe por te julgar sem te conhecer...
... Tô torcendo por sua melhora e orando para que Deus te abençoe, todos queremos te ver brilhando e espalhando alegria por onde passa.
Beijos Luna”

Li mais algumas cartas para Vivi até Renata chegar, ela passaria a noite no hospital ao lado da irmã. Fui para casa com semblante cansado, ao chegar lá, meus filhos notei que meus filhos já dormiam. Conversei um pouco com Camila e fui dormir.
Se passaram três semanas e Vivi permanecia em coma, ela entraria no oitavo mês de gestação no hospital ao que tudo indicava. Sofria a cada vez que entrava no leito do hospital onde ela se encontrava, era tão triste vê-la sem cor, sem vida. Seus olhos tinham enormes olheiras, sua pele estava gélida e seu rosto estava notavelmente mais magro. O médico havia dito que se ela passasse mais tempo no mesmo estado teria que induzi o parto assim que completasse o próximo mês de gestação. Me senti impotente por não poder fazer nada para reverter a situação.
Faltando dois dias para completar um mês desde o acidente decidi que ficaria ao lado dela o tempo todo. Não sairia do hospital até Vivi acordar. Meus filhos estavam com minha sogra que estava na cidade desde a segunda semana de hospitalização de sua filha.
Estava um sol escaldante naquela manhã, pensei o quanto Vivi gostaria de presenciar aquilo, provavelmente aproveitaria na piscina com nossos filhos. Estava passando pela entrada do hospital quando uma fã me chamou. Dei alguns passos pra trás indo em sua direção, a cumprimentei e recebi um abraço caloroso em troca.

Lívia: _Esqueci de me apresentar, meu nome é Lívia. Eu quero saber como a Vivi tá... (Falou timidamente)
Bruno: _Tá no mesmo estado. Seu quadro ainda é grave, porém estável.
Lívia: _Eu realmente sinto muito. Fiz uma coisa pra ela...
Bruno: _O que?

A menina pegou uma caixa dentro da bolsa e a abriu revelando logo em seguida vários pássaros de origami. Sorri minimamente com o gesto.

Lívia: _São tsurus, pássaros de origami. Segundo a lenda quem faz mil deles tem um pedido realizado. Eu pedi a cura da Vivi.
Bruno: _Obrigado pela preocupação. Ela vai gostar muito.
Lívia: _Resolvi trazer pra você porque não faz sentido eu guardar isso se o pedido foi à cura dela.
Bruno: _Você não sabe o quanto isso significa pra gente. O carinho de vocês tem sido reconfortante.
Lívia: _É pra isso que servimos.

A menina me sorriu gentilmente, a abracei e entrei no hospital. Cumprimentei as pessoas que trabalhavam ali e fui direto para o quarto de Vivi.
Dei um beijo no rosto de Vivi e me sentei ao seu lado analisando seu rosto por alguns segundos antes de abrir a caixa com os origamis. Os observei e resolvi pegar um de cada cor, pedi pra um dos funcionários comprarem linha e durex na papelaria próxima dali e fiz um móbile com os tsrus. Pendurei ao lado da cama de Vivi e lhe contei de como eles chegaram ali.

Bruno: _Olha como são lindos. Foi uma fã que te deu, ela disse que se chama tsuru, e que segundo uma lenda, quem faz mil deles tem um pedido, e o pedido dela foi sua recuperação.

Senti a mão de Vivi apertar a minha mão. Corri pra chamar um médico que tentou de todas as formas, porém não obteve resultado. Quando ele saiu do quarto pude ouvir comentar com o enfermeiro “Quer tanto a recuperação da mulher que está imaginando coisas”, sabia que ñ era imaginação, mas não iria discutir.
Vi a porta do quarto se abrir e Renata entrar ali aparentava estar tão cansada quanto eu. Nos cumprimentamos e ficamos conversando a respeito de Vivi.

Renata: _Alguma melhora?
Bruno: _Aparentemente nada. Mas... Esquece.
Renata: _Mas o que? Fala!
Bruno: _Eu senti ela aperar minha mão hoje enquanto conversava com ela. Os médicos não acreditaram, mas eu não iria brincar com isso.
Renata: _Acredito em você!
Bruno: _Não tô aguentando mais ver a minha menina tão sem vida. (Falei desabafando)
Renata: _Ela vai se recuperar, você vai ver.

Sorri em agradecimento a Renata. Ouvi meu telefone tocar e fui atender, vi que era o telefone de minha casa. Atendi normalmente.

Bruno: _Alô.
Camila: _Bruno?!
Bruno: _Oi! Tudo bem?
Camila: _Mais ou menos. A Zoeh tá tendo uma crise de choro.
Bruno: _Por quê?
Camila: _Tá sentindo saudades da Vivi.
Bruno: _Tô indo aí!

Me despedi de Renata e fui para casa o mais rápido que pude. Ao chegar lá fui ao encontro de minha filha que chorava abraçada a um retrato da mãe. Só quando abaixei para ficar de seu tamanho notei que ela usava uma blusa de Vivi. A abracei calmamente deixando que ela chorasse em meu peito, seu choro era sentido e me cortava por dentro. A olhei nos olhos, tentando passar confiança, e perguntei o que acontecia.

Bruno: _Filha. O que aconteceu?
Zoeh: _Me falaram uma coisa feia na escola.
Bruno: _Era sobre a mamãe? (Ela afirmou) O que disseram?
Zoeh: _Que ela tá no hospital. É verdade?
Bruno: _Infelizmente... Sim.
Zoeh: _Por quê?
Bruno: _Ela tá dodói. Bateu o carro e tá dormindo até ficar boa pra voltar pra casa.
Zoeh: _Eu quero ver!
Bruno: _Tudo bem... Cadê seu irmão?
Zoeh: _No quarto dele.
Bruno: _Vai lá chamar ele que a gente vai ver sua mãe.

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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Cap. 189

Bruno: _Alô!
_Alô. É... Você conhece a Viviana Esteves Rezende Scornavacca?
Bruno: _Sim. Somos casados. Por quê?
_Ah sim. Seu número era o último chamado no celular dela, por isso tô te ligando.
Bruno: _Ela tá bem? Deixa eu falar com ela!
_Você pode ir pro Sírio Libanês. Ela sofreu um acidente de carro e estamos a levando pra lá.
Bruno: _Claro. Já tô indo.

Desliguei o telefone sem deixar a enfermeira me responder. Estava preocupado, com medo pelo que ela e meu filho poderiam estar passando, queria saber se eles estavam bem. Eu deixava meu nervosismo transparecer mesmo sem falar uma palavra, Kiko e Leandro se entreolhavam com expressão preocupada em suas faces.

Kiko: _Para de andar de um lado pro outro e conta o que aconteceu?
Bruno: _A Vivi...
Leandro: _O que tem ela?
Bruno: _Sofreu um acidente de carro e tá indo pro hospital. E eu tô indo pra lá.
Kiko: _Que hospital?
Bruno: _Sírio Libanês. Vocês pegam meus filhos na escola?
Leandro: _Claro. Vai lá e manda notícias.
Bruno: _Avisem pra mãe.

Saí de dentro do estúdio andando apressadamente até meu carro, não esperei meus irmãos me responderem. Entrei no carro atordoado com medo do que poderia acontecer, por vezes senti minha visão embaçar devido às lágrimas que se acumulavam em meus olhos. Cheguei ao hospital às cegas não fazia a mínima ideia de como havia chegado lá, mas estava no local planejado.
Fui até um dos balcões de informação e perguntei sobre Vivi, a recepcionista me informou que ela estava no CTI. Senti meu corpo estremecer ao pensar que minha menina estava naquele lugar, provavelmente inconsciente. Me sentei esperando que algum médico fosse me dar informações. Minutos depois vi minha mãe surgir pela porta de entrada, logo ela parou ao meu lado.

Regina: _Como ela está?
Bruno: _No CTI, só sei isso. (Disse fraquejando)
Regina: _Ela logo sai de lá.
Bruno: _Espero que sim... (Sussurrei)

Senti as mãos de minha mãe me envolver, repousei minha cabeça em seu ombro esperando uma notícia. Quando o médico disse procurou pela família de Vivi prontamente nos apresentamos.

Bruno: _Como ela tá? Meu filho tá bem?
_Calma rapaz. Ela está bem, seu quadro é grave, porém estável. E seu filho não sofreu um arranhão, é um menino de ferro (Sorri com a afirmação), porém sua mulher está inconsciente.
Regina: _Podemos vê-la?
_Quarto 308, é a terceira porta do primeiro corredor à esquerda.
Regina: _Obrigada.

Seguimos para o quarto em silêncio, nenhuma palavra era dita e não pretendíamos mudar isso. Ao Entrar vi Vivi com um enorme aparelho respiratório e a outro que media sua frequência cardíaca. Não aguentei ao ver a cena, me sentei ao lado dela a olhando sem ânimo, tive medo do que pudesse acontecer. Minha mãe se afastou da sala dizendo sair para pegar café para nós dois, porém eu percebi que aquilo era pretexto para me deixar ali sozinho.
Me aproximei um pouco mais de Vivi e toquei sua mão que estava gélida. Falei um pouco com ela tentando que ela reagisse.

Bruno: _Ei, que susto. Acorda logo pra me contar o que você tava aprontando... (Suspiro) Por quê você não chamou a Camila pra sair com você? Sabe que não gosto quando você sai sem avisar, você tá grávida, entrando na reta final da gravidez. Sabe, você me assustou muito...

Algumas lágrimas fujonas escaparam de meus olhos, respirei fundo as forçando a pararem e continuei fazendo meu monólogo para que Vivi me ouvisse.

Bruno: _Amor, fala comigo. Não aguento te ver nesse estado, quero poder conversar com você, namorar. Não tem sentido ficar longe de você... (Selei nossos lábios) Te amo.

Comecei a chorar perto do rosto de Vivi quando minha mãe entrou no quarto, ao me ver me afastou gentilmente do leito de minha mulher. Passei mais alguns minutos chorando no ombro de minha mãe até sentir meu corpo relaxar.
Ficamos em um clima estranho, sem conversar, até o médico chegar pedindo para que nos retirássemos. Saí a contragosto, não queria perder um minuto longe de Vivi até que ela acordasse. Fui para casa forçado, ao ver meus filhos vendo televisão acompanhados de Camila senti meus estômago revirar, foi como se uma mão me apertasse por dentro, me faltou folego. Quando Zoeh me perguntou sobre a sua mãe não soube o que responder.

Zoeh: _Cadê a mamãe?
Ryan: _Quero ela!
Bruno: _A mamãe vai ter que passar um tempo longe, mas logo ela volta.
Zoeh: _Ela tá bem?
Bruno: _Ela...  (Suspirei) Ela tá bem, mas talvez não consiga se comunicar com a gente com frequência.
Ryan: _Ela vai demorar?
Bruno: _Não sei... (Falei vacilante) Mas a gente vai cuidar de tudo aqui pra quando ela voltar né?! (Meus filhos afirmaram em uníssono) Então vão se trocar pra dormir.

Meus filhos subiram as escadas em direção aos quartos e eu me sentei no sofá respirando pesadamente. Camila se sentou ao meu lado e me perguntou o que houve.

Camila: _Como isso tudo aconteceu?
Bruno: _Só sei que o carro que ela tava capotou.
Camila: _Meu Deus! (Levou as mãos até a boca)
Bruno: _Camila, me ajuda a cuidar deles... Não vou conseguir sozinho.
Camila: _Claro. Pela Vivi!
Bruno: _Obrigado!

Fui para o meu quarto e me joguei na cama, dormindo em seguida. De madrugada ao levantar para ir ao banheiro notei que meus filhos dormiam ao meu lado, os abracei e voltei a dormir.
Acordei cedo na manhã seguinte, tinha a sensação de que tudo não passava de um pesadelo, porém ao ver que Vivi não estava ao meu lado soube que era verdade. Chorei silenciosamente para não acordar meus filhos que ainda dormiam. Tomei banho e quando voltei ao quarto eles já haviam acordado.
Na noite anterior ao contar para meu sogro o ocorrido ele disse para que eu levasse Zoeh e Ryan, assim fiz depois de dar banho e alimenta-los. Durante o caminho meus filhos cantava no banco de trás do carro, não tinham a mínima noção do que realmente acontecia, e eu não tinha a menor intenção de lhes falar a verdade. Ao chegarmos lá eles foram brincar com Mia e eu fiquei conversando com Miguel e Luciana.

Miguel: _Como tudo aconteceu?

Cont...